Você certamente já ouviu falar dos casos de Varíola Monkeypox* que estão aparecendo pelo mundo, certo? Para esclarecer suas dúvidas, nosso infectologista, Dr. Marcelo Bitelo, responde alguns questionamentos. Confira:
*A orientação da OMS é de que se utilize o termo "Monkeypox", e não Varíola dos Macacos, para evitar que haja um estigma e ações contra os primatas não-humanos (PNH). Embora a doença tenha se originado em animais desse gênero, o surto atual não tem relação com ele. Apesar do estrangeirismo, utilizar a denominação dada pela OMS tem como intuito evitar desvio dos focos de vigilância e ações contra os animais.
Dr. Marcelo Bitelo: Nesse momento, com todo o conhecimento sobre essa doença, a possibilidade de uma pandemia é muito pequena, pois, diferente de outras doenças contagiosas, a Monkeypox não se espalha facilmente entre as pessoas, pois necessita de um contato muito próximo com o indivíduo infectado.Provalmente ocorram surtos localizados em algumas regiões.
Dr. Marcelo Bitelo: A transmissão entre humanos ocorre, principalmente, por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados.
Dr. Marcelo Bitelo: Entre os sintomas clássicos da varíola comum e da varíola causada pelo Monkeypox estão a primeira fase de sintomas que se assemelham à uma gripe, como febre, dor de cabeça e no corpo, calafrios, exaustão, que podem durar, em média, três dias. Na fase seguinte é que aparecem as lesões na pele que evoluem em cinco estágios conhecidos como mácula, pápulas, vesículas, pústulas e, finalmente, crostas, quando caem. É o contato com elas que causa a transmissão do vírus para outras pessoas.
Dr. Marcelo Bitelo: A preocupação sobre essa doença deve-se ao fato de que a transmissão ocorre entre humanos e o seu período de incubação é muito longo, de 14 a 21 dias, sendo necessárias medidas de bloqueio epidemiológico para evitar sua disseminação.
Dr. Marcelo Bitelo: Não existem tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da Monkeypox. Portanto, o tratamento é baseado em medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e prevenir sequelas.
Existe uma vacina desenvolvida para a Monkeypox, mas ainda não está amplamente disponível. Como a infecção é rara, a vacinação universal não é recomendada.
Dr. Marcelo Bitelo: Os profissionais de saúde devem atender os casos suspeitos ou confirmados utilizando óculos de proteção, máscara cirúrgica, gorro, luvas descartáveis e higienizando as mãos. A população em geral pode prevenir fazendo o uso de máscara e higienizando as mãos.