Programa Pitadas de Saúde contribui com a reabilitação de fumantes

O cigarro é a principal causa de morte evitável, segundo a OMS; beneficiários do GNDI Sul contam com suporte psicológico online para tratamento do tabagismo e 60% conseguem parar de fumar

 

 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente o quarto relatório sobre tendências globais do tabaco. O documento aponta que são 1,3 bilhão de usuários da substância no mundo, em comparação com 1,32 bilhão em 2015. A expectativa da entidade é que os números continuem diminuindo e que caia para 1,27 bilhão até 2025.
 
 
Conforme o relatório da OMS, 60 países estão investindo em políticas públicas para chegar à meta global voluntária de uma redução de 30% no uso do tabaco entre 2010 e 2025 e o Brasil está entre eles. Vale destacar que diminuir o número de fumantes é um grande avanço para os sistemas de saúde. É que o tabagismo é a principal causa de morte evitável, também de acordo com a OMS. Os números são impactantes: o cigarro faz 7 milhões de óbitos por ano, sendo que a causa de 10% dessas mortes - que correspondem a 800 mil casos - podem ser atribuídas ao tabagismo passivo.
 
 
O GNDI Sul está fazendo a lição de casa e também possui uma ação para mudar essa realidade. O programa Pitadas de Saúde é oferecido por meio do Centro de Qualidade de Vida (CQV), especializado no tratamento de doenças crônicas. “Desde o início da pandemia criamos um modelo online para atender os pacientes tabagistas. São seis encontros, semanais, que acontecem às quintas-feiras”, conta Jéssica Caroline Almeida, Psicóloga Clínica da Unidade Centro de Qualidade de Vida e Sênior.
 
 
O programa Pitadas de Saúde é conduzido por uma psicóloga e uma médica de família. Ao todo, são atendidos 70 pacientes por ano. “Nossa metodologia é de grupos psicoeducativos, que incluem a utilização de matérias científicas e filmes curtos de temas solicitados pelos próprios pacientes. Nossa intenção é levar conhecimento e provocar reflexão. Também há espaço para compartilhamento de experiências”, explica Jéssica.
 
 

Suporte psicológico para driblar a abstinência

 
 
Além do tratamento farmacológico, o programa Pitadas de Saúde possui uma abordagem cognitiva comportamental. O índice de sucesso é alto: 60% dos dependentes tratados pelo programa conseguiram parar de fumar.
 
 
O apoio psicológico é fundamental no tratamento do tabagismo. O psicólogo é o profissional habilitado a ajudar e ensinar o paciente a identificar e administrar suas emoções, sentimentos e pensamentos, além de promover mudança de comportamento. “Também é esse profissional quem auxilia o paciente a criar estratégias de prevenção à recaída, por exemplo. No processo de abstinência o paciente precisa conseguir lidar com um padrão de pensamentos e comportamentos que se repetem em sua mente e que favorecem que ele volte a buscar o cigarro. Esse é o grande desafio para manter a abstinência. A mudança de comportamento e manutenção de novos hábitos é algo construído, relacionado a um processo terapêutico e não apenas medicamentoso”, argumenta a psicóloga da Unidade Centro de Qualidade de Vida e Sênior.