Afinal, o que é necessário para trabalhar com o capital humano nas empresas ?

Nas organizações modernas não basta oferecer uma generosa cesta de benefícios e um ótimo plano de saúde para garantir comprometimento e maximizar os resultados em gestão de recursos humanos.

Sem dúvida, não há mágica. A mais recente lista das melhores na gestão de pessoas publicada pelo Valor, em parceria com a AON, mostrou que em tempos de incerteza, o envolvimento da liderança, a comunicação clara e transparente, a coerência entre o discurso e a prática, a meritocracia e o incentivo para o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional compõem a receita básica do engajamento dos trabalhadores na empresa. Como afirmou, na publicação, o CEO da empresa Toniolo,Busnello, Humberto Busnello “Equipamento, tu compras, e com as mais altas tecnologia, mas temos que nos preocupar com a produtividade intelectual dos nossos funcionários”.
 
Não bastam ações pontuais, concessão de benefícios isolados e programas desalinhados com o momento e o escopo da companhia. Neste contexto, a saúde deve assumir uma posição estratégica, pois sabe-se que a performance do capital humano está intimamente associada a pessoas saudáveis, com equilíbrio entre as várias dimensões de bem-estar e com elevados níveis de energia. Sem isso, um bom plano de saúde ou um ambulatório médico equipado são considerados itens de custo e, assim, passíveis de reestruturação e cortes.
 
O envolvimento dos trabalhadores nas ações é muito importante. Por exemplo, na Toledo, há um jardim em que as pessoas podem caminhar ou descansar com árvores doadas pelos próprios funcionários ou ler na biblioteca que foi constituída e mantida pelos trabalhadores. Ou na Pormade Portal onde há uma “cantina da honestidade” onde se criou um espaço de auto-atendimento em que o próprio funcionário escolhe os produtos e deixa o dinheiro correspondente.
 
Finalmente, um traço comum na descrição das ações nas empresas é a colocação do plano de saúde na cesta de benefícios (praticamente uma commodity) e as áreas de saúde e segurança no trabalho (SST) fortemente focados na segurança, mas sem abordagem integral do trabalhador. Neste contexto, constitui-se num desafio para os atores do setor saúde a busca de ações integradas e alinhadas com o planejamento e a missão das organizações, particularmente em momentos de incertezas e baixo crescimento econômico do país.