Diálogo aberto e transparente desde a infância

A sexualidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento humano. Afinal, é por meio dela, que aspectos importantes, como socialização, autoestima, respeito ao próprio corpo e ao corpo do outro, autoproteção e privacidade, são desenvolvidos ao longo da vida. Por isso, manter um diálogo aberto sobre o tema durante a infância e adolescência é uma forma de promover educação e conscientização.  

“A sexualidade humana começa a ser desenvolvida logo após o nascimento do bebê e vai se formando durante a primeira infância. Por isso, compreender que ela é uma esfera natural da vida é fundamental para desmistificar os preconceitos sobre o tema e ter mais abertura com os filhos. Tratar o assunto como algo negativo ou proibido ou sujeito a cobrança tende a afastar a criança ou o adolescente”, afirma a psicóloga do Instituto Orizonti, Natalia Lopes.  

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a educação sexual está relacionada ao direito que toda pessoa tem à saúde, educação, informação e não discriminação. Com educação sexual, crianças e adolescentes se tornam mais preparados para lidar com situações relacionadas à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), métodos contraceptivos, mudanças no corpo, entre outras.  

Nesse sentido, escola e família desempenham papéis importantes. Isso porque educação sexual envolve ainda outro ponto importante: orientação sobre carícias inadequadas, privacidade e integridade corporal. “Dar espaço a isso a partir da escuta ativa e interessada é uma forma de construir um vínculo que favoreça os pais a acompanharem as transformações que a sexualidade apresenta, favorecendo diálogos importantes e alertas, da infância ao início da fase adulta”, acrescenta Natalia.                

Infecções sexualmente transmissíveis (DSTs)

De acordo com o Ministério da Saúde, de 2011 a 2021, os casos de sífilis, no Brasil, aumentaram 800%. Na faixa etária de 15 a 19 anos, o número de infecções subiu 1.109%, especialmente entre mulheres. Uma pesquisa realizada por estudantes de medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), por sua vez, apontou ainda que, entre os adolescentes dessa mesma faixa etária, os casos de HIV cresceram cerca de 18%.