Metas para o ano novo: até que ponto elas são saudáveis?

O fim de ano guarda o simbolismo do fechamento de um ciclo e abertura de um novo. Para muitas pessoas, além de servir à renovação da esperança e do otimismo, o período estimula revisões e projeções. E a possibilidade de fazer novos projetos, alcançar novas conquistas, superar obstáculos e rever atitudes pode ser positiva, visto que a elaboração de planos estimula uma busca pelo que é proposto a si mesmo.  

“Além de trabalhar aspectos motivacionais, o alcance de uma meta está relacionado ao desenvolvimento de recursos pessoais e, às vezes, sociais. Nem sempre atingimos os objetivos propostos, mas, certamente, saímos melhores do que nos propusemos de acordo com a interpretação que conferimos à experiência vivida”, avalia a psicóloga do Sempre Saúde de Belo Horizonte, Cristina Rezende Carvalho Castilho.  

Embora as resoluções de ano novo sejam positivas para promover mudanças pessoais e profissionais, elas podem, por outro lado, fazer com que o indivíduo se sinta pressionado. Nesse contexto, deixar de cumprir o que foi proposto pode ser prejudicial à saúde mental. “As metas são fonte de estímulo para o crescimento, para a mudança de hábitos, mas desde que bem-dimensionadas, para não se tornarem fonte de descrença, baixa autoestima e tristeza”, orienta a psicóloga.   Vale lembrar que metas muito abstratas também são mais difíceis de serem cumpridas – ou seja, quanto mais objetiva e detalhada for a meta, mais fácil será alcançá-la.  

“Todos queremos o melhor e devemos viabilizar cada proposta, cada desafio. Importante é conseguir adequar cada projeto à nossa realidade e capacidade de resolução. Metas que fogem à nossa realidade podem causar muito incômodo e desencadear um processo psíquico de sofrimento. Portanto, planeje dentro do que seja capaz de cumprir.” Luiz Eduardo Pelizer – Psicólogo do Sempre Saúde de Belo Horizonte  

Metas evitam que a pessoa se perca no caminho e ajudam na organização de prioridades. Chegar ao êxito requer, no entanto, definir objetivos realistas, cujo alcance deve ser dividido em etapas (pequenas metas intermediárias entre o estado atual e o objetivo final). Ter como foco as formas de atingi-las, de acordo com as possibilidades de cada um, também é importante.