Série Coronavírus: Como falar sobre o Coronavírus com crianças e adolescentes

O novo coronavírus apresenta maior risco para pessoas mais velhas, mas nem por isso causa menos medo e dúvida entre os mais jovens. Com o aumento dos casos confirmados da doença no Brasil, a ansiedade em relação ao assunto cresceu.

Segundo especialistas a primeira coisa a se fazer diante de situações como a epidemia do novo coronavírus é facilitar o acesso de crianças e jovens a informações precisas e confiáveis sobre a doença, pois é possível que diante de tanta informação, crianças passem a fantasiar sobre o assunto, o que pode levar ao medo e também a segregação entre elas.

Antes de tudo, informe-se e controle seus próprios medos

As crianças precisam ter acesso a informações confiáveis. Para isso, os adultos precisam estar preparados para responder às dúvidas, desmentir boatos e não aumentar a ansiedade delas

Pergunte o que a criança sabe a respeito

É possível que as crianças escutem fragmentos de informações. Ela pode ter ouvido que as pessoas no mundo todo estão morrendo ou o fato de que a doença parece com uma gripe, e isso vai definir os rumos da conversa para acalmá-la

Diga a verdade e sem alarmismo

Fale com elas sobre o coronavírus de forma clara e simples. Explique que o coronavírus parece com uma gripe nova que as pessoas estão pesquisando ainda e que as pessoas mais afetadas têm sido as mais velhas

"E se o vovô ou a vovó ficarem doentes?"

É bom lembrar que o Brasil tem poucos casos até momento em relação a outros países, e os pacientes na maioria estão em boas condições, em casa. A maioria das pessoas (80%) se recupera da doença sem nenhum tratamento especial. E se acontecer com eles, um(a) médico(a) vai ajudá-los a se curarem também, então não é preciso ficar com medo

Dê atenção aos medos da criança

Demonstre que está escutando e que está tudo bem em ter medo. Acolha a criança para que ela se acalmar, explique que ela que está segura e diga para ela sempre procurar a família em caso de dúvida. Não valorize informações dos amiguinhos ou que recebeu pelo WhatsApp.

Conte histórias de superação

Lembre-os que mesmo os brasileiros que estavam na China voltaram para cá e não ficaram doentes, e um radialista americano disse que mesmo com a doença não se sentiu tão mal: não tinha dores, não ficou com nariz entupido e às vezes tossia.

Valorize a higiene como prevenção

Enfatize que a melhor forma de prevenir a doença é lavar bem as mãos e evitar esfregar os olhos ou colocar a mão no rosto, nariz e boca. O CDC (órgão de saúde americano) diz que a lavagem das mãos deve ter a duração da música "Parabéns a você" cantada duas vezes. E diga que nesse momento não é preciso usar máscaras.

Desencoraje qualquer tipo de preconceito

Lembre as crianças que elas não podem discriminar ninguém por causa da doença --especialmente os asiáticos, por exemplo, que sofreram mais preconceito.

ALÔ CEMIG SAÚDE

Se você percebeu os sintomas da COVID-19, ligue para o Alô Cemig Saúde – 0800 772 8988. Você será atendido por um profissional de saúde que esclarecerá suas dúvidas, e, se necessário orientar sobre a necessidade de procurar seu médico ou uma clínica de referência ou sobre os tratamentos para ter em casa.

Fonte: Folha de São Paulo