Você pode evitar a diabetes mais frequente

Foi em um exame de sangue de rotina que o aposentado do Banco do Brasil Eurípedes Vanderlei Ramos descobriu que estava com a taxa de açúcar no sangue elevada. Não tinha percebido nada diferente que indicasse o começo da diabetes, porque é exatamente assim que esta doença aparece: sem sinal prévio. E é justamente por ser “silenciosa” que ela preocupa, alerta o médico Paulo Rogerio Affonso Antonio, gerente de Saúde da CASSI. 

Por outro lado, há como evitar que o tipo 2, o mais frequente, que ocorre em 90% dos casos, surja eliminando fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da diabetes: excesso de peso, sedentarismo, pressão alta e colesterol alto. Quem tem pai, mãe e/ou irmãos diabéticos devem estar mais atentos a estes fatores evitáveis, pois tem ainda maior chance de desenvolver a doença.

Depois de instalada, a diabetes não tem cura. Só controle. E isso Eurípedes vem fazendo muito bem. Há quatro anos, quando descobriu o problema, passou a tomar medicação diariamente e mudou a alimentação. O café da manhã, antes farto de pão, agora tem menos carboidrato e ganhou frutas. Ele também substituiu o açúcar por adoçante no cafezinho e reduziu a ingestão dessa bebida no dia a dia. Come bastante vegetais e doces, agora, “nem pensar”, diz o aposentado, que tem dois irmãos também diabéticos.

É dessa forma, com dieta alimentar e medicamento contínuo, que ele se mantém livre das complicações que a doença pode causar quando descontrolada: perda de visão, doenças renais, má circulação nas pernas e nos pés, disfunção erétil, rachaduras e feridas nos pés. Eurípedes conta com a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) da CliniCASSI Brasília Sul, que diagnosticou o problema, para acompanha-lo no controle da diabetes. O mesmo suporte é dado por 143 equipes da ESF vinculadas às 66 CliniCASSI do país. A CASSI tem 15,5 mil diabéticos dentre os cadastrados na Estratégia, o que representa 8,6% dessa população acompanhada mais de perto.

Veja mitos e verdades sobre a diabetes:

Mito: Diabetes não é uma doença tão séria.
O diabetes é uma doença séria e deve ser controlada para prevenir ou adiar suas complicações. As condições associadas à diabetes causam mais mortes do que o câncer de mama e a Aids, juntas, segundo pesquisa dos Estados Unidos. E duas a cada três pessoas com diabetes morrem em função de problemas cardiovasculares ou derrame.

Verdade: Diabetes não é uma doença transmissível.
Diabetes não é contagiosa. As causas são genéticas no caso tipo 1, que se manifesta na juventude, e, no tipo 2, são associadas ao estilo de vida e à hereditariedade (filhos de pai ou mãe diabéticos têm maior chance de desenvolver a doença).

Mito: Se você está acima do peso ou obeso vai desenvolver diabetes.
Estar acima do peso é um fator de risco para desenvolver diabetes – 90% dos brasileiros com a doença estão acima do peso ou obesos – mas nem toda pessoa nessa condição será diabético. Isso porque há outros fatores que influenciam, como a história familiar, a idade e o estilo de vida.

Verdade: Alguns alimentos ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue auxiliando o tratamento da diabetes.
Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose pelo sangue, estabilizando a doença. Alimentos integrais, iogurtes sem açúcar, maçã, pera, feijão, lentilha e manga, podem ser considerados indutores deste controle, por isso ajudam a amenizar os sintomas da doença. Já os de alto índice, como batata e demais carboidratos, aumentam o problema porque, quando o índice glicêmico é alto, a absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de açúcar na corrente sanguínea.

Mito: É fácil saber se você tem diabetes, os sinais da doença são claros.
O diabetes não tem sintomas claros e é importante consultar um médico para que ele solicite os exames necessários, faça o diagnóstico e dê as orientações para tratar a doença.

Verdade: Diabéticos devem substituir o açúcar dos alimentos por adoçante.
Os adoçantes foram feitos para os diabéticos ou para quem está de dieta. Há, porém, um limite para uso de adoçantes por pessoas que não têm nenhuma disfunção relacionada à taxa de glicose no sangue: 40mg de aspartame ou 11mg de ciclamato por quilo, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes.